Para especialistas, o momento ainda é de negociação entre companhias devedoras e credores.

Por Ana Paula Ragazzi.

A crise da covid-19 trará um novo recorde de pedidos de recuperação judicial no Brasil, avaliam especialistas. Para a maioria deles, a enxurrada de requerimentos não virá agora, mas a partir do segundo semestre. Por ora, o momento é de negociação, com companhias e credores tentando entender quais serão os impactos da crise.

“Uma empresa só pede recuperação judicial quando está sob ameaça de execução de dívida por algum credor. O cenário atual não é esse, mas de compasso de espera para entender qual é o tempo e quais são os efeitos da pandemia”, afirma Ricardo Knoepfelmacher, sócio da RK Partners. “Hoje os credores, especialmente os bancos, estão alongando os prazos de pagamento por seis meses, até um ano, e não pressionando empresas com uma execução”, diz.

Eduardo Seixas, sócio da consultoria Alvarez & Marsal (A&M), afirma que a análise dos números desde 2007, quando foi promulgada a Lei de Falências, mostra que o número de RJs começa a acontecer mais significativamente cerca de quatro meses depois do início da crise e o pico é atingido em 14 meses. A A&M espera que nesse prazo, o país poderá contar com entre 2.100 e 2.500 novas empresas em recuperação. O atual pico histórico foi alcançado em 12 meses acumulados em outubro de 2016, por conta dos impactos da Lava-Jato, com 1.872 solicitações.

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